Amazônia, ativo brasileiro.

Passamos por um período onde as regras ambientais em relação à Amazônia: muito desmatamento, desrespeito total às famílias ribeirinhas da região, mineração, e muitos outros absurdos. 

Na área ambiental temos dois conceitos: o da Amazônia Legal que corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

O outro é do bioma Amazônia e possui 4,2 milhões de km², sendo definido como um “conjunto de ecorregiões, fauna, flora e dinâmicas e processos ecológicos similares”, composto por florestas tropicais úmidas, extensa rede hidrográfica e enorme biodiversidade. Aqui estamos falando representa 48% do território nacional.

Muita coisa né? E se incluirmos que o Brasil é um país de proporções continentais, certamente estamos falando de um ativo.

Além da imensidão de mata, e o potencial de regeneração do ar, temos uma riqueza de pureza nas áreas hídricas que não conseguimos ver em outros lugares. E mesmo assim se entrarmos bem nas matas, no meio da floresta mesmo. 

Portanto, definitivamente, é uma área que deve ser muito bem preservada – e reflorestada.

 

Amazônia para o Mundo

E não somos só nós brasileiros que queremos a Amazônia bem, o Mundo também enxerga essa necessidade. Pela sua imponência verde!

E a partir desse pensamento global foi criado o Fundo Amazônico,  uma iniciativa brasileira pioneira para redução de emissões resultantes do desmatamento e da degradação de florestas (REDD+). Focado na mitigação das mudanças climáticas, é direcionado na proteção da Amazônia. (infos. Greenpeace)

 

O principal objetivo do fundo desde sua criação, foi a captação de recursos para projetos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e uso sustentável do bioma amazônico. 

E 20% dos recursos do Fundo podem ser direcionados para desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros, bem como, em outros países tropicais. (Dados: Impam)

 

O Fundo Amazônia teve início na COP-12, em Nairóbi (2006), com uma proposta do governo brasileiro para contribuição voluntária de países, instituições e empresas, gerenciada pelo BNDES.

E assim se abriu para muitos países fazerem suas contribuições. 

Aqui cabe um parênteses: no governo anterior o Fundo acabou sendo paralisado, pois como coloquei no início: foi um governo onde não se olhava para a Amazônia e o desmatamento teve um número crescente de fortes proporções. 

Já no 1º ano do atual governo, e com a volta da Ministra Marina Silva, que tem grande reputação dentro do meio, o Fundo voltou a ter entradas e as doações dos países foram retomadas. 

 

Independente de posições políticas, a grande temática do governo anterior foi o “fechar de olhos” ao desmatamento. 

Em conversas que tive com quem é do outro setor, não é tão simples para eles entenderem o porquê do desmatamento nesta região. 

Mas como um país que é a maior potência agro no Mundo, muito do que se desmata é para uso da pecuária, por isso essas questões foram cercadas de leis, o tanto que se pode avançar é fundamental para que as empresas se auto regulagem. 

 

E sem dúvida, a fiscalização por parte do governo é também importante. 

Mas muito se está em cima dessa fiscalização e também dos percentuais que está desmatando mais ou menos, porque isso faz parte dos indicadores que calculam quanto foi possível reduzir as emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento, ou seja, é preciso comprovar a redução do desmatamento na Amazônia para viabilizar a captação de novos recursos. E o devido uso do que já se arrecadou.

Com base na redução das emissões calculadas, o BNDES fica autorizado a captar doações e emitir diplomas de reconhecimento à contribuição dos doadores.  

 

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, e está muito concentrada no Brasil, a bacia hidrográfica do rio Amazonas, se estende também por oito países, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname e da Guiana Francesa.

 

São 8 culturas diferentes e que, certamente, tem diversas maneiras de tratar a floresta – até porque em alguns países a floresta faz parte de pouco território, e outras como o nosso é muito preponderante. 

Dessa forma, é importante saber como estão sendo tratados os povos ribeirinhos, e outros originários: aqueles que, são os verdadeiros, detentores da floresta.

Uma das culturas importantes da região é o cacau. Que a árvore, o cacaueiro, é nativo, e muito valorizado nos dias de hoje. 

 

Um dos meus primeiros clientes foi uma empresa da Amazônia, chamada Warabu, de um português morador de Manaus lá abriu sua chocolateria em um produto específico: o ben to bar – se trata da colheita até a barra – 

Voltado muito para o mercado europeu, buscou todas as certificações de produto orgânico necessárias, e desde sempre valorizou a região Amazônica do Pará, especificamente em Altamira. As comunidades de Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia e Uruará. 

Eles atendem no total 187 famílias de agricultura familiar que moram na floresta, com um processo natural de plantar e colher o cacau.

Bacana, né? E uma das maneiras de valorizarmos toda a região é comprar os chocolates artesanais mas feitos com cacau brsileiro. 

 

Foi um prazer atendê-los bem no momento em que estavam em estruturação e vivenciar essa realidade com eles! Sucesso, Warabu!

 

E o que mais podemos encontrar na floresta…

Além das comunidades, que já comentei, por lá existem também índios, seringueiros, castanheiros e outros povos, que têm na Amazônia, o centro da vida, isto porque seu modo de vida depende da extração de produtos como a borracha, a castanha, a balata, os óleos vegetais e outros. Além disso, dedicam-se à caça e à pesca não predatória. 

Os povos da floresta são grupos sociais que precisam da mata e dos rios para sobreviver, e sabem como utilizar os recursos naturais sem destruí-los. E eles tem muito a nos ensinar por já viverem há tanto tempo na Floresta e a destruição acredite…não é feita por eles. 

 

Como vimos, temos uma diversidade étnica e populacional grande para dialogar com o manejo sustentável para a conservação da biodiversidade. Além disso, alinham a esse modo de vida conhecimentos tradicionais que contribuem para a conservação do bioma.

Muitas dessas populações tem na diversas espécies frutíferas da região o potencial dessa atividade para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. As práticas dos povos e comunidades possuem tradicionalmente uma lógica de manejo para a sustentabilidade, muitas vezes renegada pela sociedade, mas que vem se mostrando a alternativa mais viável para a sobrevivência da Amazônia.