Como saber se o seu consumo é consciente
fevereiro 29, 2024
Precisamos ter claro que somos sim humanos e que o consumo é algo já inerente à nossa sociedade, e por séculos fomos nos desenvolvendo muito pela demanda, em muitos momentos de nossas vidas.
O significado simples da palavra consumo, é obter bens ou serviços por meio da compra. A “troca” pode acontecer por pagamento, por escambo e outras formas.
O consumo envolve tudo: alimentação, higiene, energia, internet, serviços, e tudo que você traz para si.
O nosso atual modelo econômico, capitalismo, é pautado no consumo. Quanto mais se consome mais se produz e assim a economia segue seu fluxo.
ESsa foi muito um mindset do pós guerra, (1945) onde a pobreza estava espalhada no mundo, e aconteceu um momento muito forte de(re)industrialização, colocando muita gente para trabalhar e sair dessa condição.
Nesse sentido, muito se imaginou que o desenvolvimento econômico e social seria pautado pelo aumento do consumo, que é resultado do lucro ao comércio e às grandes empresas, gerando mais empregos, aumentando a renda, o que acarretaria ainda mais consumo.
Até aí tudo bem, essa é uma “roldana da sociedade” mas, o que vivemos com o passar da história é que distorções da teoria foram acontecendo: crises econômicas, desigualdade social, até muitas outras guerras são consideradas como um resultado da situação socioeconômica da região, por exemplo!
E conforme as décadas, e mudanças sociais foram acontecendo, nasceu algo muito particular do capitalismo, que é a Sociedade do consumismo. Muito pela necessidade de continuar e aumentar a produção, empresas se viram no papel de também incentivar quem está na outra ponta: os clientes.
Nesse momento o marketing aparece como um forte aliado para se alcançar métricas como de vendas, de expansão de lojas e tantas outras, porém os clientes não estavam (e não estão) comprando somente por necessidade, outros quesitos entram nesse nossa conta: o prazer de ter, de mostrar que tem, por amar aquela marca, e tantos outros sentimentos que são fomentados.
O consumo sempre vai existir! Afinal, é da terra, água, que tiramos nossa sobrevivência. Desde a nossa comida, que seria o mais básico, como de tudo que é mais moderno. Sim! O que já se percebe como algo a combater é essa Sociedade de Consumo, e entender o quê e de que forma ela nos atinge.
Nesse entendimento entram muitos elementos da psicologia, entender porque compramos, se aquilo está nos tornando melhor, mais exposto, se cumpre algo do nosso inconsciente, etc. A área que estuda muito isso é o neuromarketing, uma adjacência da neurociência.
Frases tais como:
“Tem horas que comprei, mas nem sabia se poderia gastar”, “Acabei me apaixonando por isso, e trouxe, mas acho que não vou usar muito”, “Nem sei porquê comprei” são pensamentos muito comuns nessa era que vivemos.
Além do que, devido a escalada de produção, qualidade dos materiais, os bens (na sua grande parte) são feitos com pouca durabilidade. Mas com o mesmo desgaste dos materiais naturais. Um exemplo disso é o celular, quanto tempo eles duram?
Mas como costuma-se dizer: “uma hora a conta chega”, e foi o que aconteceu também nesse movimento. Afinal, estamos em uma sociedade de consumo, tudo o que é produzido tem sua origem, sua matéria prima, e de onde ela vem? Da natureza!
Somente 0,26% da água do planeta é disponível para consumo humano,
28% dos alimentos consumidos no Planeta são descartados,
A biodiversidade está altamente ameaçada com nossos padrões de consumo que exigem demais da Natureza,
356 mil pessoas morreram de doenças derivadas das fortes ondas de calor (dados de 2019)
14 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos a cada ano, o equivalente a 2 caminhões de lixo por minuto
(Dados: Instituto Akatu)
Esses são fortes indícios de que a Natureza, o Planeta vem dando sinais há muito tempo de esgotamento. Estamos falando de pelo menos 40 anos em que o homem já sabe que sua relação com o Planeta Terra é de má-utilização.
O que não tínhamos muito claro era até que ponto isso poderia chegar: aqui falando de mudanças climáticas. E da própria sobrevivência do homem em boas condições por aqui.
Com tudo isso posto, como consumir e não agredir? Foi daí que surgiu a ideia do consumo consciente.
Mas só somos consumidores conscientes quando existem empresas conscientes também.
Nesse parte, a princípio que aquilo que estamos consumindo vem de empresas que:
- Buscam não agredir o planeta,
- Respeitam seus colaboradores,
- buscam pela diversidade nas relações,
- Olham para sua cadeia de fornecedores,
E nos dias de hoje, muitas outras ações – em particular sociais – uma vez que como estamos com as mudanças climáticas acontecendo e afetando diretamente àqueles mais vulneráveis que não podem se proteger dessas mudanças: picos de calor, fortes chuvas, tufões, e por aí vai.
Mas a nossa vida muda se consumirmos dessas empresas? Sim! Logo de cara cumpriremos o nosso papel de agente social, o que nos torna muito mais atuantes na sociedade.
E porquê mais atuantes?
Por exemplo, Se sabemos que aquela empresa do produto que pesquisamos ainda contrata trabalho de crianças ou análogos à escravidão, isto pode ser falado e comentado, e dispara a questão.
Optar por produtos de empresas em que aferimos que faz os procedimentos socioambientais corretos, o valor delas para nós aumenta, e MUITO! É o que dizem se tornar conexões genuínas.
Fazer essas conexões é um olhar para o futuro, é saber que não estamos corroborando com quem ainda não olha, e pior para aqueles que o destroem, única e exclusivamente pela venda e pelo lucro.
E aqui estão Dicas Simples que já te tornará ativo e que está olhando para o próprio consumo:
Planejar suas compras,
Ir sempre com uma lista do que realmente está buscando,
Não comprar falsificados ou contrabandos,
Fazer a separação do lixo,
Prefira produtos com menos embalagens (ou que ofereçam refil),
Encurte seus banhos e o uso desnecessário da água,
Apoie restaurantes e mercados que combatem o desperdício,
Não compre produtos com parte de animais silvestres
Prefira produtores locais
Abra a cabeça para movimentos como carona para o trabalho, ir de bicicleta,
Incentive ou implante a coleta seletiva na sua comunidade
Faça hortas locais (no seu prédio mesmo)
Pensar algumas vezes se você irá usar aquele produto por um longo prazo;
Ver dentro dentro de sua realidade se o acúmulo e o desperdício estão acontecendo;
Abrir a mente para feiras de trocas, brechós, tudo que envolve o second hand;
Divulgue para familiares e amigos sobre o consumo consciente.
Não deixe de praticá-las! O nosso Planeta Terra agradece!