É ONG ou Negócio de Impacto??

Quem olha de fora e não é desse meio, fica confuso com os dois tipos de empresa. 

E tem aqueles que nem sabem que ONG também é uma empresa. 

Vamos entender?

Vou explicar tudo partindo do conceito de filantropia:

A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade‘. No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. (*fonte IDIS)

Agora se ONG, que é nada mais do que uma Organização que busca desenvolver a ação para o próximo ou para a sociedade, masssss não pode gerar lucro. Conhecido também por 3º setor.

Diferente do que muitos pensam, a ONG é sim uma empresa, (se já foi formalizada, como deve ser) inclusive uma das formas delas serem auto-suficiente é prestando serviços de diferentes tipos. 

A diferença aqui é a venda de serviços, os bazares, os produtos sociais, e outras formas são sempre para pagar os custos, com estrutura, ações, funcionários,etc.

Claro que as parcerias existem, muitas empresas fornecem, gratuitamente, serviços, sistema, e muitas outras coisas, pela ação social de ajudando a ONG a se manter. 

Principalmente nos dias de hoje, viver só de doação é muito difícil, inclusive tem a captação de recursos que é uma das profissões do momento no 3ºsetor, mas que se mostra ser para especialistas, tem que saber fazer isso. Já diria Rodrigo Alvarez, (eu conto sobre isso em outro post).

Agora se falamos de empresa de impacto, o que alguns chamam de setor 2.5, é uma empresa que sim, PODE e QUER gerar lucro e visa também ajudar a comunidade, o meio ambiente. Mas isso tudo dependerá de onde esse empreendimento está, que classe social ele irá atender, funciona tudo muito em rede.

Mas tem características inegociáveis na empresa de impacto (e que na verdade deveria valer para qualquer tipo de empresa), são alguns:

• Combate ao trabalho escravo, forçado ou infantil;
• Maior cuidado com a cadeia produtiva (seleção e avaliação dos fornecedores);
• Gerenciamento do impacto ambiental;

Ainda não ficou muito claro?

Alguns exemplos podem ajudar: 

 

A Mundo Social atendeu a empresa de chocolates Warabu, lá de Manaus.  Em um primeiro momento, se trata de um chocolate, e que pode ser consumido por todas as classes sociais, mas a questão de impacto deles está ligada de onde vem o cacau. Quem faz a coleta são comunidades ribeirinhas, da região Amazônica do Pará, especificamente em Altamira. São 187 famílias de agricultura familiar que moram na floresta,  e para essas comunidades ter quem compre o cacau, pague preço justo, olhe para como as formas de trabalho estão acontecendo, muda muito a realidade econômica deles. Um super produto.

Outra realidade: 

Um negócio de energia renovável no Nordeste, e que fornece para uma comunidade que não tem fácil acesso, é considerado um empreendedor social.

Agora se este mesmo empreendedor de energia renovável for, por exemplo, na região de São José do Rio Preto (SP), não haverá mais a relevância social, do anterior, pois a região é de fácil acesso, e é abastecida pelo serviço de energia convencional.    

Agora você entendeu, né?

Essas são as diferenças de um negócio social e a ONG. 

Independente de diferenças, o que podemos ressaltar aqui é um novo meio de pensar: o olhar para o coletivo. As ong´s são muito antigas, mas o empreendedorismo social é algo relativamente novo, e mostra que muitos já olham e buscam por negócios com mais propósito.