ESG PARA TODOS – A mudança (que ainda) causa medo.

Assuntos como igualdade de gênero, diversidade, inclusão, são em muitos setores vistos com ressalvas. Vamos pegar, por exemplo, o mercado financeiro. Seus players estão mais do que nunca pressionados para “olhar” esses temas… o que por lá é hoje visto como ESG! Um setor que sempre foi, como muitos, majoritariamente masculino. Como que, da noite para o dia, vão passar a deixar de fazer piadinhas machistas, misóginas, homofóbicas? Isso causa medo, não há como não causar.

Conversando com um amigo muito próximo do financeiro eu tentava explicar a diferença entre os ODS e o trinômio ESG, mas o medo era grande… ouvi frases como “nós não vamos passar a aplicar só em ações de empresas que se dizem alinhadas à pauta ESG… eu vou aplicar no que traz lucro para o cliente”, “se eu colocar uma pessoa de sustentabilidade lá dentro, e ela ouve uma piadinha besta nossa, terá material para incriminar a gente”, “eu acredito em educação… vou apoiar isso, não em outras causas”, “meus filhos já não serão racistas, mas não tem como querer que a nossa geração mude”.

Se você me perguntar se ele é racista, se faria mal para um homossexual, se ele não está interessado em mudar a realidade do país, minha resposta de bate-pronto seria não para todas! A confusão do que ele me trouxe está ligada ao medo da mudança que se aproximou da empresa em que trabalha. No meio financeiro, agora todas as exigências são parecidas e deve-se satisfações sobre práticas de ESG.

Tudo que envolve mudança nos causa medo!

O ideal é que se entenda o problema por partes:

1) Sempre avaliar a empresa internamente e a necessidade de mudanças culturais – sabemos que, independente do setor, mudanças são de difícil assimilar;

2) A questão específica do mercado financeiro que está se direcionando a investimentos em ações de empresas que já estejam olhando para a visão ESG (traduzindo para o português: do ambiental, do social e da governança).

Nós que conhecemos a teoria da sustentabilidade e que estamos vendo essa realidade se aproximar do dia a dia de outros públicos, vemos que muitos estão se assustando, mas que, por outro lado, isto trás para perto o pensar na urgência e o tanto que estamos, sim, envolvidos e precisamos mudar… porque, por menos que não queiramos fazer mal para os outros, o não pensar a respeito pode, sim, ferir.

Ficar no lugar = continuar estragando. Mudar = conseguir melhorar.

De que lado você, seja empresa seja pessoa, quer estar?http://https://observatoriodacomunicacao.org.br/