As desigualdades escancaradas

Muito do que se vê de resultado da pandemia que vivemos, é o que já existia antes mais e mais da desigualdade desse país. E, também, em outros lugares do planeta!

Os números mostram os afetados, em vários sentidos: na quantidade de casos, de mortos, dos que perderam os empregos, os que já viviam de renda informal e agora essa renda despencou ou sumiu.

É preciso entender o porquê eles foram os mais afetados: viver na pobreza, sem acesso a serviços de saúde, serviços básicos e moradia decente, quase que nos é normal aos olhos por aqui, torna-os muito mais vulneráveis ao Covid-19.

Entrevistei essa semana, Telma Sobolh, Presidente do Voluntariado do Hospital Albert Einstein, que por ser uma especialista no Hospital da Comunidade de Paraisópolis, me chamou a atenção quando disse: “… muitas pessoas falam que nessas comunidades carentes essas pessoas ficam na rua mesmo…mas eles moram em casas de 1 quarto, em quem vivem um monte de pessoas com crianças  e eles não aguentam ficar fechados…e não tem como ficarem fechados 2,3 meses em um ambiente desses.”

O que mostra o mais claro exemplo de como a pandemia, necessariamente, e não por opção iria acabar pegando essas pessoas.

Mas ao mesmo tempo, ela nos deu também exemplos de que a solidariedade e mudança social para a próxima geração pode estar sim para acontecer, e que se acreditarmos e investirmos nos jovens como fator de mudança poderemos tirarmos o atraso para um país (e mundo) menos de desigual!