Consequências da flexibilização

Na semana passada foi oficializada pelo Estado de São Paulo a abertura de serviços e comércio. Entre eles estão: bares, salão de cabelereiros, restaurantes, entre outros. Tudo isso antes mesmo de acontecer realmente o achatamento da curva dos números da doença.

Se houvesse alguém por aqui sem saber da pandemia, hoje já nem perceberia nada, pois quase tudo já está aberto, e uma certa normalidade paira na maioria dos lugares, teria que pegar uma lupa para notá-la nos detalhes: a medição de temperatura, um uso maior de álcool gel (em novas modalidades), a máscara que já virou parte do vestuário, em cores e formatos distintos, e o tal distanciamento social, e somente esse que é difícil de se manter. Haja visto o que se fala de aglomerações que acontecem.

Mas as pessoas precisam trabalhar: uma pesquisa publicada no jornal Estado de São Paulo mostrou esse dilema, em particular para os grupos dos mais vulneráveis à doença, que colocam na balança como voltar ao trabalho; e eles somam R$ 1,57 tri que são geradores da própria renda, sem esquecer que isso foi o equivalente a 20% do PIB no ano passado.

Mas também não se pode deixar de lado o medo que elas sentem pela própria saúde, são 60,8 milhões que estão vivendo a divididos entre o bolso e o pavor de ficar doentes. São brasileiros que integram o grupo de risco ao coronavírus, mas fazer o quê? Afinal dependem do trabalho para sobreviver!

E a pressão existe, pois as contas não param de chegar para esses trabalhadores, e quanto mais as barreiras caem, mais eles vão se expor, pois enxergam isso como a única forma de não deixar o endividamento (que já existe) crescer. Mas assim continua a nossa realidade…