Marília Mendonça e a ODS 5: qual a relação?

O que a Marília Mendonça e sua passagem relâmpago tem relação com a ODS5?

Uma cantora que começou a compor aos 12 anos e aos 16 já estava na estrada.

Desde 2011 até sexta-feira, dia 05/11/2021,

Veio para revolucionar o meio Sertanejo brasileiro.

Trouxe um termo novo: “Feminejo”, para um estilo musical tão masculino. Ficou conhecida como a “Rainha da Sofrência”. Compunha e cantava várias músicas que inspiraram diversas mulheres do sertanejo a tomarem os palcos e enfrentarem o machismo.

Muitas cantoras depois delas afirmam que tiveram coragem de enfrentar o palco, por causar dela já ter o desbravado.

Em seu triste enterro, as mulheres não paravam de cantar, aplaudir, não se via uma comoção como essa desde o enterro de Ayrton Senna.

Mas o que isso tem relação com o ODS5, quando falamos de Igualdade de Gênero, ela era fera, trouxe um comportamento DISRUPTIVO…conseguia trazer para o seu público, o que elas queriam fazer, mas que ainda não sabia como:

Na canção, apresenta o receio que muitas mulheres têm ao terminarem um relacionamento abusivo e violento: “Eu tô sem saída e se eu for embora, ele vai acabar com a minha vida”. Que mostra dentro do universo feminino de uma parcela muito grande da população brasileira feminina que sofre com abusos.

Além de conseguir colocar comportamentos que antes eram permitidos somente para homens, como beber, ir ao bar e ter liberdade sexual.

Foi impressionante o tanto de artistas de diferentes segmentos (Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto, Caetano Veloso, Ivete Sangalo, entre outros) que fizeram o mesmo tipo de comentário sobre a cantora: frisaram o potencial de trazer voz para as mulheres de um Brasil ainda tão dominante pelo machismo.

Sem dúvida uma maneira diferente de olhar o ODS5 mas que não deixa de quebrar o paradigma da mulher submissa, e que sempre está abaixo do homem.