ODS 5 – O único mês do ano
março 2, 2022
Chegamos em Março. O mês da Mulher.
A data oficializada em 75 pela ONU tem raízes históricas sim, mas os desafios são muitos persistentes e os avanços ainda foram poucos. Ok, isso sabemos!
Conheci o que me fez refletir sobre o papel do 8 de Março, uma amiga, também da área de Comunicação disse que por muito tempo não foi fã de um mês inteiro SÓ para valorizar as mulheres. Quando ouvi isso saindo da boca daquela mulher, mãe, bem resolvida, e que trabalha com a Sustentabilidade quis entender melhor:
“Ok, teremos dia 8 um dia em que todos falaremos sobre isso, mas e daí? Os outros 11 meses serão deles ”
“Vim de um trabalho onde a palavra feminina não contava! E por muitos aspectos….”
Optei no início da carreira, por entrar em um mundo masculino por essência, mas eu queria levar palavras, mostrar como a informação era necessária, disse essa amiga.
Só que ela contou também que nessa empresa, tinha uma “vantagem”. Era filha do dono. Muita gente vê isso como vantagem mas na prática, tem seus poréns.
Passado o tempo ela foi se aproximando da Sustentabilidade, e acabou vendo a empresa e o seu entorno de outra forma.
Junto com tudo isso chegou a hora de ter filhos: tinha acabado de começar no Brasil a licença dos 6 meses, e ela pediu por isso, 2 vezes, e obteve. Mas via que as poucas mulheres ao seu redor não alcançavam. Achou estranho, questionou, mas seguiu em frente.
Até que um dia, uma colega engravidou e aconteceu algo diferente: teve o filho e mesmo antes da hora correta…foi DEMITIDA! Como ela tinha aquela “vantagem” correu, bateu o pé, reclamou.
E, ela me disse emocionada: Olha a empresa do meu pai é um lugar muito bom e correto, ou como eles dizem por lá “não é uma mãe de empresa é uma avó” só machista e antiquada.
Daí minha colega de profissão, já com cabeça de Sustentabilidade, e por entender que independente do quanto trabalhasse por lá, nada mudaria resolveu sair!
Foi nesse momento que ela, finalmente, conseguiu ver o valor do 8 de Março: tem vezes que a REPETIÇÃO se faz NECESSÁRIA, ter um dia ou mês para falar do ESTRUTURAL.
Diferença de salário, condições de trabalho, acesso a serviços de saúde, racismo, sexismo, são grandes temas que a mulher vive mundo afora e que se não falarmos não conseguiremos mudar.
E tanto para mim, para minha colega desiludida, como para você que trabalha com informação fica a mensagem: apenas 7% das notícias veiculadas abordam (des)igualdade de gêneros.
Como a maioria dos Objetivos, o ODS 5 – Igualdade de Gênero deveria ser trabalhado todos os dias de Março (e de outros meses), sim!
Ou como diria Sônia Favaretto no seu excelente #vivipraver “ pelo amor, pela dor, ou pela inteligência”. Não sei como anda esse lugar da história, mas por lá creio que esse tipo de mudança acontecerá pela dor. Quanto para mim, essa história só reforçou o Mês de Março pelo amor!
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